quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Biodiversidade Catarinense: Características, Potencialidades e Ameaças

Biodiversidade Catarinense: Características, Potencialidades e Ameaças
Autor: Organizado por Lucia Sevegnani e Edson Schroeder
Editora: FURB com apoio da Fapesc
Publicação: 2013
Páginas: 250
Em 2009, uma dissertação da estudante Rosilda Stürmer despertou a atenção da professora do Mestrado em Ensino de Ciências Naturais Universidade Regional de Blumenau (FURB), Lúcia Sevegnani, para um problema que parecia dominar os livros didáticos de todo o país: em suas páginas, a Mata Atlântica aparecia sempre como um bioma devastado, quase extinto. Sobre Santa Catarina, então, as poucas informações se resumiam, muitas vezes, às florestas de araucárias do Planalto Serrano. “Percebemos que faltava uma boa base de informações para os professores ensinarem sobre o tema, para envolverem as crianças neste assunto”, relembra.
Em Santa Catarina, faltava. Com o lançamento do livro “Biodiversidade Catarinense: Características, Potencialidades e Ameaças”, organizado por Sevegnani e pelo colega Edson Schroeder, os professores do Estado ganharam uma ferramenta completa e atraente para aprofundar suas aulas sobre a fauna e a flora locais. E com informações recentemente reunidas pelo projeto “Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina”, que também contou com a participação de pesquisadores da FURB, um outro dado derrubou, pelo menos localmente, um mito sobre nossa Mata Atlântica: segundo o estudo, 41% do estado está coberto por florestas nativas, com formações em estágio médio ou avançado de regeneração.
Organizado em nove capítulos e 250 páginas, com muitas fotografias e ilustrações, o livro conta com a colaboração de diversos especialistas e aponta, além das ameaças aos ecossistemas catarinenses, as suas potencialidades econômicas, sociais e didáticas. A linguagem é voltada ao professor, que pode utilizá-lo em aulas de Ciências, Biologia, Geografia e outras disciplinas. Alunos de licenciaturas e engenharias também devem se beneficiar do material.
O território estadual foi dividido em três grandes vertentes: Atlântica (esta incluindo o Vale do Itajaí), Planalto e Oeste. “Queremos preencher uma lacuna. O material didático sobre a biodiversidade catarinense é, de maneira geral, muito superficial e vago. Com este livro, pretendemos melhorar muito o repertório dos professores sobre essa temática”, argumenta Schroeder. Especialista em Ensino de Ciências, ele acredita que tal conhecimento é vital para formar cidadãos com valores conservacionistas, capazes de compreender e atuar nas questões associadas ao meio ambiente e aos impactos causados pelo ação do homem.
Encantamento
Em uma sociedade cada vez mais urbana, o livro incentiva a reconexão de professores e estudantes com a natureza que circunda as cidades. “Temos cada vez menos contato com a nossa realidade ambiental. Observamos a paisagem natural como um mero manto verde, sem pensar em sua extrema importância para nossa qualidade de vida. O livro tentar trazer de volta este encantamento com a natureza local”, explica a professora Lúcia Sevegnani, que logo no início do livro escreve um artigo em que pede que as escolas voltem a abrir seus portões, tirem os alunos de um “estado de confinamento” e levem-nos para visitar parques nacionais, sítios, museus e universidades. “Pais, permitam que seus filhos saiam, há mais perigos dentro de uma casa com a Internet que num passeio pela floresta”, provoca a professora.
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), o livro também está disponível na Internet, gratuitamente, em versão PDF. Clique aqui e faça o download gratuito. O projeto de pesquisa contempla também cursos de capacitação para os professores das escolas que estão recebendo a publicação.




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